domingo, 26 de julho de 2009

o que a bíblia realmente diz sobre os homossexuais

O que a bíblia diz sobre a homossexualidade?
Há três passagens na bíblia que fazem referências aos atos homossexuais como ilícitos. As duas primeiras estão no velho testamento na parte das leis mosaicas (leis de Moisés), a torá . A terceira passagem está no novo testamento citada por Paulo através de rituais de orgia.
· “Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é toevah (também no grego bdelygma, ambos significam "impureza" ou "ofensa ritual")." Levitico 18:22
· "Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão "toevah". Levitico 20:13
· "...visto que, conhecendo a Deus, não lhe renderam nem a glória... pelo contrário... tornaram-se estultos... trocaram a glória do Deus incorruptível por imagens que representam o Deus corruptível, pássaros, quadrúpedes, répteis... por este motivo, Deus os entregou a paixões infames: as suas mulheres mudaram o uso physiken (natural, usual comum) em outro uso que é para physin (não natural, fora do comum, inusitado). Do mesmo modo também os homens, deixando o uso physiken da mulher, abrasaram-se em desejos, praticando uns com os outros o que é indecoroso e recebendo em si mesmos a paga que era devida ao seu desregramento". Aos romanos 1: 18-23
Porém há um texto que gera uma controvérsia entre os estudiosos da bíblia:
· "Não errais: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem malakoi, nem arsenokoitai... herdarão os reino de Deus" I coríntios 6: 9 – 10
As palavras gregas aqui em cima já foram traduzidas de diversos modos:
· Malakoi: significa literalmente “mole” ou “macio” e houve em outras versões bíblicas traduções como "depravados", "pervertidos", "efeminados", "efebos" e "meninos prostitutos”. Lembremos, porém, que durante a reforma protestante no séc. XVI e no catolicismo do século XX era traduzido como “masturbadores”. No entanto, o termo acima traduzido como “mole” e “macio” era um tipo de apelido para homossexuais e é a partir dessa última tradução que os religiosos acreditam que Deus condena a homossexualidade, pois para eles só um homossexual era “depravado” e “pervertido”.
· Mas ainda há uma contra-argumentação sobre a palavra “efeminado” .: Uma grande, e hoje crescente, parte dos estudiosos tem questionado essa interpretação, mostrando que a palavra malakoi, mesmo quando traduzida como "efeminado" jamais pode ser entendida como uma referência a homossexuais. O que muitos esquecem (propositalmente) é que a palavra “efeminado” nos tempos de Paulo não significa homossexuais. A palavra “efeminado” significava “mulherengo” o que de fato é coerente com outras passagens bíblicas que condenam os “promíscuos” e “devassos” como em Apocalipse 21:8 e 22:15. Os estudiosos ainda lembram que a palavra “efeminado” só passou a ser relacionada a “homossexuais” na modernidade. Seria por tanto um erro enorme e descabido traduzir dessa maneira (já que pertencem a tempos distintos e distantes). Para comprovar tal entendimento, estudiosos acrescentam que nunca, em nenhum texto, a palavra Malakoi significou “homossexual” ou algo semelhante.
· Arsenokoitai: Em relação a essa palavra a controvérsia é ainda maior, uma vez que ela, em um intervalo de três séculos, somente aparece em dois escritos de Paulo e em mais nenhuma outra literatura na história. E em ambos dois casos a palavra se encontra dentro de uma lista, de modo a seu significado não poder ser alcançado a partir de um contexto - fica impossível determinar seu significado literal. Há, portanto, um consenso de que essa palavra foi uma junção feita por Paulo onde juntado as palavras arsen, que significa "homem" e koiten, que significa "cama". Vale notar que para alguns religiosos - como os tradutores da NVI e da Bíblia da Linguagem de Hoje - tal dado já seria suficiente para levá-los a crer que tal palavra se referiria, sim, à "homossexual", uma vez que o pecado que um homem pode fazer na cama seria, em seus pontos de vistas, quase certamente, um ato homossexual. Tal entendimento - acusado de simplista e homofóbico pelos liberais - com efeito, não pareceu não dar conta de desvendar a palavra em questão para a maioria dos exegetas e acadêmicos. Diante da impossibilidade de encontrar o significado literal da palavra arsenokoitai vários estudos acadêmicos foram feitos ao decorrer do Séc. XX no intuito de compreender de fato o termo e evitar sua tradução de modo precipitado e controverso. É, então, que pelo método histórico-crítico ( que estuda a palavra no seu tempo histórico e de um modo a não colocar a sua opinião) pôde-se, enfim, compreender o que tem sido amplamente aceito como o mais provável sentido do neologismo paulino. Arsenokoitai remete ao conceito de prostituição cultual muitíssimo comum no Antigo Testamento, quando meninos eram vendidos como kadeshim, ou "prostitutos cultuais", para os templos pagãos (como o de Baal) ou mesmo homens livres se faziam sacerdotes sexuais para se dedicarem a esses templos de freqüente idolatria orgiástica. A exatidão dessa teoria se prova uma vez que as escruituras sagradas que Paulo lia na época (SEPTUAGINTA) usa os mesmos termos que está em levítico 18:22: Como homem (arsenos), não te deitarás (koiten), como mulher...(Kai meta arsenos ou koimethese koiten...) e o texto se finaliza afirmando que tal ato seria toevah (ato impuro). É assim facilmente comprovado que tanto em levitico como em Paulo são os os prostitutos cultuais que não herdarão o reino dos céus. O que provamos no inicio de Levitico quando Moisés diz que as proibições do livro são para as práticas que os egípcios faziam, ou seja, de cunho pagão.
· Vários outros textos como Deuteronômio 12:30, I Reis 14:23, Deuteronômio 23:4, 1 Reis 15:12-13, Deuteronômio 23:17, I Reis 22:46 e II Reis 23:7 fazem comprovar que Paulo, em Coríntios, em vez de falar de homossexuais, apenas repete o claro mandamento bíblico de condenação aos prostitutos cultuais.
· Por tanto concluímos: Devido a esses fortes argumentos, muitas igrejas cristãs históricas, e mesmo muitos setores da Igreja Romana têm em definitivo desconsiderado esta passagem de Coríntios, e mesmo a de Romanos, como referentes à homossexualidade. Entendem que os textos condenam somente o sexo idolátrico, lascivo e promíscuo (entre pessoas do mesmo sexo ou não). Essa interpretação é ratificada por importantes círculos acadêmicos, especialmente na Europa e Canadá e mesmo nos EUA, nos seus setores mais liberais. Na América Latina, em especial no Brasil, somente a Igreja Evangéica de Confissão Luterana e a Igreja Anglicana parecem adotar posicionamentos similares. A Nova Bíblia Anotada Oxford, considerada uma das mais relevantes academicamente do mundo, traz notas que validam a não condenação dessas passagens aos homossexuais, também a Bíblia de Jerusalém, umas das traduções mais respeitadas no mundo teológico, não aceita a tradução desses textos como sendo referentes aos homossexuais. No entanto, alguns religiosos levantam fortes críticas a essa teologia - também chamada de Teologia Inclusiva - acusando-a de excessivamente liberal. Afirmam que, mesmo que em se tratando de prostituição idólatra, as condenações de Paulo também incluiriam os homossexuais de nosso tempo pois estes, ao adotarem o estilo de vida gay, estariam optanto por uma prática sexual caída, anti-natural e aversa aos valores dividos e, por isso, recairiam da mesma forma em uma forma também de paganismo idólatra.

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