segunda-feira, 27 de julho de 2009

queer as folk











bom, na verdade não há muito do que falar dessa série maravilhosa. A primeira versão de Queer as Folk surgiu na Inglaterra e foi considerada ousada pelo tema que tratava. As revistas inglesas só diziam uma coisa: "Algo que a tv americana jamais conseguirá fazer." Daí surgiu uma batalha, não para mostrar que a tv americana conseguia fazer, mas que o povo americano poderia aceitar e que mudaria a vida não só dos EUA, mas de todo um mundo. A luta dos diretores para conseguir os atores foi imensa. Osatores mais dificeis para encontrar foram o dos papeis de Brian e Justin. Eles eram ousados e causavam "medo". Mas tudo deu certo. Quando todo mundo achava que Queer as Folk seria um grande erro apareceu Sharon Gless (Debbie) e com sua força de vontade e espirito de guerreira disse: "Foda-se o que eles pensam! Isso vai dar certo!". Animados gravaram a 1° temporada. Foi um bombardeio de criticas (até mesmo de revistas gls), mas ninguem saberia que essa série mudaria a vida de pessoas. Com o passar do tempo Queer as Folk mostrou tudo o que tinha no mundo gls (desde sexo até o amor verdadeiro). A série se tornou amada dos americanos chegando a superar LOST nos pontos de audiência. Os gays foram se identificando com os personagens, aqueles que tinham medo de se assumir foram se assumindo. A atriz Sharon Gless conta que um dia chegou um fã e perguntou se podia abraça-la e ela disse "claro!" ela o abraçou e começou a chorar sem conseguir parar e ela disse "eu vou ficar aqui, abraçada com você o tempo que você quiser" era tão grande a necessidade de uma mãe como Debbie que aceitasse o filho do jeito que ele era e só o abraçasse em silêncio. Há outras histórias, mas seria pouco o espaço para esscrevê - las aqui. Queer as folk mudou a vida das pessoas. Nos EUA, na América Latina e no mundo. Tanto que chegou até a 5° temporada e depois foi encerrada. Os personagens sofreram modificações e pela 1° vez no mundo uma série mostrou os gays como eles realmente são!!! Esse é um tributo a Queer as Folk. No wikipedia e no Google podem ser encontradas informações sobre a série.

domingo, 26 de julho de 2009

a homossexualidade e a biblia: videos no youtube

http://www.youtube.com/watch?v=KR1c53anCW8 (a homossexualidade e a biblia - parte 1)

http://www.youtube.com/watch?v=u8a7-_dNQ10&feature=related (a homossexualidade e a biblia - parte 2)

http://www.youtube.com/watch?v=loedrErNnQU&feature=related (a homossexualidade e a biblia - parte 3)

indicação de filme: "Prayers for Bobby"




Orações para Bobby [Prayers for Bobby] não é um filme de final feliz, mas mostra que depois do final infeliz pode haver um recomeço. Mesmo que ele seja duro, angustiado e cheio de culpas nos questionamentos sociais e religiosos quanto à homossexualidade. O filme é também uma história sobre o amor materno. E nesta relação maternal está Bobby Griffith e Mary Griffith, interpretados pelos atores Ryan Kelley, 22, e Sigourney Weaver, 59. O filme foi baseado no livro homônimo publicado pelo jornalista Leroy Aarons, em 1995, que é fundador do National Lesbian and Gay Journalists Association. O filme foi exibido em janeiro na TV americana. Desde então, abre a discussão na trilogia homossexualidade-família-Igreja.
Tanto o livro quanto o filme tratam da angústia do gay Bobby, que, desde os 16 anos, teve sua homossexualidade revelada para a família. Diante de muita pressão psicológica, se suicida aos 20 anos de idade, no ano de 1979. Até chegar a este ponto extremo, Bobby enfrentou o preconceito dentro de casa e as intervenções religiosas da mãe para afastá-lo do pecado.
Não bastasse isso, ela submete o filho a tratamentos médicos. Sim, este é um filme que se conta o final, mas que não termina com a morte de Bobby, mas com tudo o que vem depois. E para a mãe Mary Griffith, o depois seria o inferno, pois seu filho teria cometido o pecado da homossexualidade.
Filme da vida real – Angustiada, questiona-se o tempo todo. Como poderia um garoto tão bom e puro de coração ir para o inferno? Querendo cuidar da alma do filho morto, Mary procura respostas na própria religião, mas não as encontra tão fácil. Para muitos, pouco importaria saber se sua alma estivesse no céu ou não. Mas ela gostaria que estivesse.
É essa motivação que marca o desenrolar do filme da vida real de Bobby. Mary vasculha o quarto do filho para encontrar estas respostas, e se depara com um diário. Nele está escrito o que muitos gays sentiram, ou ainda sentem, quando se fala dos gays como algo distante do núcleo familiar, coisa pecaminosa e algo ruim. O diário mostra também a neurose em relação ao isolamento e do abandono das pessoas mais próximas, como a família e os amigos. Escreveu Bobby no seu diário:
“Eu não posso deixar que ninguém saiba que eu não sou hétero. Isso seria tão humilhante. Meus amigos iriam me odiar, com certeza. Eles poderiam até me bater. Na minha família, já ouvi várias vezes eles falando que odeiam os gays, que Deus odeia os gays também. Isso realmente me apavora quando escuto minha família falando desse jeito, porque eles estão realmente falando de mim. Às vezes eu gostaria de desaparecer da face da terra”.
Superação – Ele desapareceu, mas as suas angústias sobreviveram personificadas na imagem da sua mãe. Tal angústia materna supera e vence os ranços religiosos. Quebra os paradigmas sobre a palavra de Deus e suas interpretações por parte dos religiosos intolerantes e homofóbicos.
Principalmente no clichê de que Deus abomina o pecado, mas ama o pecador. Mas se Deus é tão poderoso e perdoa tudo, por que não salvou a vida de Bobby? É entre a palavra de Deus e a memória do filho que Mary Griffith tem que escolher. E o faz da forma mais humana, ainda que tardiamente.
Este filme já corre pela internet legendado em português. Como não faz parte do circuito da indústria cinematográfica, dificilmente deve aportar aqui no Brasil tão cedo. Mas a internet dá uma mãozinha e vários blogs e comunidades do Orkut sobre filmes gays, já disponibilizaram na rede.
*este artigo está presente em:
"Eu encontrei esse filme por acaso e o assisti sem muito interesse. Mas eu percebi que ele tinha algo de diferente, não por ser uma história real, mas por mostrar com todas as letras o preconceito que nós gays sofremos quando nos assumimos ... por mostrar uma reação da nossa família ... por mostrar o medo que sentimos de perder quem mais amamos. Talvez Bobby não foi um bom exemplo, mas ... ele foi de verdade tudo aquilo que sentimos, desejamos e tememos. Todas as perguntas que passam na cabeça dele já passaram ou ainda passam na nossa. É um filme emocionante e intenso de uma forma simples e verdadeira. Espero que gostem ... " vocês podem assistir nesse site no fim da página inicial:

homossexuais na biblia

Referências bíblicas de apoio à homossexualidade
Há três textos na bíblia que podem ser considerados como de comtexto homossexual, mas esses textos são vistos pela maioria dos cristãos como uma grande amizade.
· Rute e Noemi: Noemi era viúva com dois filhos. Rute é a viúva de um dos filhos de Noemi. No livro de Rute tem-se o seguinte texto: "Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o SENHOR, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.”
O pensamento majoritário no cristianismo é que vendo que sendo Noemi velha, e, não tendo marido, iria sofrer muito naquela região inóspita por volta do ano 1000 A.C., pois, ela não tinha mais quem a protejesse, o qual era o papel do homem em tal época. A passagem acima indicaria apenas uma amizade muito forte entre Rute e Noemi, segundo a interpretação de trechos anteriores:

"...Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com seus dois filhos,os quais casaram com mulheres moabitas; era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; e ficaram ali quase dez anos. Morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando, assim, a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido. Então, se dispôs ela com as suas noras e voltou da terra de Moabe, porquanto, nesta, ouviu que o SENHOR se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. Saiu, pois, ela com suas duas noras do lugar onde estivera; e, indo elas caminhando, de volta para a terra de Judá, disse-lhes Noemi: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o SENHOR use convosco de benevolência, como vós usastes com os que morreram e comigo. O SENHOR vos dê que sejais felizes, cada uma em casa de seu marido. E beijou-as. Elas, porém, choraram em alta voz e lhe disseram: Não! Iremos contigo ao teu povo. Porém Noemi disse: Voltai, minhas filhas! Por que iríeis comigo? Tenho eu ainda no ventre filhos, para que vos sejam por maridos? Tornai, filhas minhas! Ide-vos embora, porque sou velha demais para ter marido. Ainda quando eu dissesse: tenho esperança ou ainda que esta noite tivesse marido e houvesse filhos, esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Abster-vos-íeis de tomardes marido? Não, filhas minhas! Porque, por vossa causa, a mim me amarga o ter o SENHOR descarregado contra mim a sua mão. Então, de novo, choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela...." (Livro de Rute verc. 3 ao 14).
De acordo com a posição majoritária cristã essa parte comprova que elas não eram homosexuais, pois, a própria Noemi diz que, "seria amargoso" se absterem de maridos. E também, se assim fosse "Orfa" também teria que ser homossexual, afinal, a dor dela também foi grande ao se despedir de Noemi, Rute porém, não conseguiu deixar sua bondosa sogra sozinha. E, as várias citações do nome do Deus dos israelenses como Senhor, mostravam Noemi uma amante da lei, assim, amaria os mandamentos, inclusive os contrários a homossexualidade.
· Davi e Jónatas: Jónatas era o filho do Rei Saúl e primeiro na linha de sucessão. Mas Samuel indicou David para ser o próximo rei o que trouxe grande preocupação a Saúl:
Em I Samuel 18:1-4: "a alma de Jónatas se ligou com a alma de David; e Jónatas o amou, como à sua própria alma. "E Saul naquele dia o tomou, e não lhe permitiu que voltasse para casa de seu pai. E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.”
Em I Samuel 20: 41: “E, indo-se o moço, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais.”
Em II Samuel 1: 26: "Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres.”
A maioria dos cristãos apontam esses trechos como sendo referidos a grande amizade que ambos sentiam.
1. Jonatas tinha amado Davi, pois, sabia da sua vocação para com Deus. Na outra passagem mostra a sua fidelidade com a religião, e, o amor era pela expectativa de um grande rei que era profetizado, ou seja, a vitória e o ápice de Israel.
2. Beijar-se sempre foi um costume do oriente-médio, que, não expressa sexualidade de acordo com a aquela cultura desde os tempos mais remotos.
3. Davi, no caso, considerado segundo o coração de Deus, estava se referindo que, a amizade valia mais que a paixão. No caso, o "amor divino" é expresso atravéz mas da amizade, e, Jonatas que era fiel, tinha preferido Davi a seu Pai, pois, Davi tinha sido escolhido por Deus logo era mais justo em carater. Desta forma o amor divino, a amizade, valem mais que a paixão.

· Daniel e Aspenaz: Aspenaz era o chefe dos Eunucos de Nabucodonosor, rei da babilônia e Daniel era um dos eunucos (segundo algumas interpretações) com ascendência da casa de Israel. Em Daniel 1:9 : "Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.” Não há um consenso sobre a interpretação dessa frase.

1. A versão inglesa de King James 1611, e na versão Webster 1883 em vez de "misericórdia" pode-se ler "amor carinhoso" (tender love) reforçando assim algo mais que uma relação hierárquica.
2. Na versão Basic English são usadas as palavras como "sentimentos de carinho e compaixão" (kind feelings and pity).
3. As palavras originais em hebraico podem ser traduzidas para "misericórdia" ou "clemência" reforçando este ponto de vista, assim como o fato de em mais nenhuma passagem Daniel demonstrar tal afeto por outra pessoa. No entanto Daniel e Aspenaz sendo ambos eunucos nunca poderiam consumar este amor físico.
Por outro lado este texto aparece na sequência do pedido de Daniel a Aspenaz de não comer a comida que lhe estava destinada, uma vez que esta era oferecida aos idolos da Babilônia. Perante este pedido, e mediante a ordem do rei, Daniel conseguiu convencer Aspenaz uma vez que ganhou a confiança deste pelo seu porte. A análise do texto em hebraico, assim como a tradução dos setentas (Septuaginta) para o grego apontam neste sentido. Por exemplo a tradução ARC, que é muito idêntica à maioria das traduções internacionais como American Standard Version, God's Word, entre outras traduções, apresentam qualquer coisa como: "Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos". Neste contexto o texto em causa não mostra que Daniel ou Aspenaz como homossexuais.
Esse texto é uma adaptação do artigo homossexualidade na bíblia presente na wikipedia.

Sodoma e Gomorra: um mal entendido

Sodoma e Gomorra: a queda
Muitos religiosos (especialmente os conservadores) acreditam que o fato da queda de Sodoma e Gomorra seja a prática de relações sexuais homossexuais. No entanto, estudiosos nos mostram que o pecado cometido foi o da falta de hospitalidade com os estrangeiros e a intenção de estupro, pois para esses religiosos o verbo conhecer significa claramente um abuso sexual. Ou seja, o texto não fala da condenação ao relacionamento homoafetivo, mas sim da condenação ao abuso e a violência.
Segundo a história bíblica, os habitantes daquela terra seriam cananeus e o território antes de ser ocupado por esse povo sofreu um cataclismo (ou seja, uma derrubada, extinção do povo que morava ali) por tanto, quanto os cananeus chegaram essa terra era paradisíaca. Essa terra ficava na parte inferior perto do Mar Morto.
No mesmo livro é dito no texto que “eram maus os homens de Sodoma e grande pecadores contra o Senhor”, mas mesmo assim não impediu que houvesse uma tolerância em relação a Abraão e seu sobrinho Ló.
Dois anjos de Deus, materializados em forma humana, teriam dito a Abraão que "o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito." Abraão intercede três vezes pelo povo e recebe como resposta final que "Se houver em Sodoma 10 pessoas justas, não será destruída.”
Qual era o pecado grave do Sodomitas?
Esses dois anjos entram na cidade de Sodoma e Gomorra (que fica numa região desértica) para pedir abrigo e proteção. Ló com piedade desses viajantes os recebe em casa, porém sem saber que são anjos. Antes de se deitarem, os habitantes da cidade descontentes com o fato de Ló, sendo um homem de fora, ter trazido dois viajantes sem o consentimento do povo, cercaram sua casa desde o mais novo até o mais velho, todos numa só turba (multidão em desordem) exigindo que Ló trouxesse os visitantes até lá fora para que pudessem ser estuprados, o que era uma prática freqüente na Antigüidade, quando prisioneiros, guerreiros, ou exércitos vencidos eram comumente violentados sexualmente como forma de desonra, humilhação ou castigo. Ló roga para que os homens não fizessem esse mal ao seus visitantes, mas a turba, ainda mais irada com ele, o ataca dizendo que faria, então, a Ló ainda mais maldades do que com os visitantes. . O texto então termina afirmando que os anjos protegeram, ao fim, a Ló e a sua família e, em seguida, toda a cidade teria sido destruída por Deus com fogo e enxofre.
Muitos teólogos e acadêmicos que afirmam que essa passagem do livro de Gênesis não se refere à homossexualidade, mas ao abuso, ao desamor e a falta de piedade. A Bíblia Anotada New Oxford afirma: “...a questão principal aqui é a hospitalidade aos visitantes divinos. Nesta passagem a sacralidade da hospitalidade é ameaçada pelos homens da cidade que queriam violentar os hóspedes. Apesar da implícita (e óbvia) desaprovação ao abuso homossexual nesta passagem, o ponto principal desta passagem parece ser a ameaça que os habitantes representam ao valor da hospitalidade. Esta é tão valorizada neste contexto, a ponto de neutralizar a negatividade da atitude de Ló ao oferecer suas filhas em lugar de seus hóspedes o que, hoje, seria uma atitude impensável e repugnante à qualquer leitor". Segundo hermenêutas (pessoas que estudam textos) a história de Sodoma e Gomorra faz uma alusão profética à vinda de Cristo que, assim como os anjos, é o enviado de Deus à terra e seria acolhido pelos homens justos, mas também seria recebido cruelmente pelos homens sem piedade e maus que humilhariam e atacariam seu corpo, mas, ao fim, sua glória e justiça prevaleceriam.
Porém o entendimento leigo comum dessa passagem é que Sodoma e Gomorra teriam de fato sido destruídas porque os habitantes dessas cidades seriam todos homossexuais. Essa concepção popular nada mais do que fruto da filosofia de São Tomás de Aquino que na idade média usou pela primeira vez “sodomia” para se referir ao sexo entre homens. São Tomás inclui a homossexualidade entre os pecados contra naturam, junto com a masturbação e a relação sexual com animais. Para Tomás esses pecados sexuais são mais graves do que os pecados secundum naturam, embora estes se oponham gravemente à ordem da caridade, por exemplo: adultério, violação, sedução. Isto porque, para Aquino, a ordem natural foi fixada por Deus e sua violação constitui uma ofensa ao Criador, o que seria para ele mais grave do que uma ofensa feita ao próximo. Santo Tomás de Aquino chega a colocar a prática da homossexualidade no mesmo plano de pecados torpíssimos, como o de canibalismo.A partir desse momento, devido a enorme influência dos pensamentos tomistas ( de São Tomás) no cristianismo a palavra "sodomia" popularmente foi-se desvinculando de seu sentido original da época e passou a ser, em quase todo mundo, conotativa de homogenitalidade, sexo anal, seja homo ou hétero. Muitos religiosos da Teologia Inclusiva salientam, porém, que este entendimento seria homofóbico e conflitante com a própria Bíblia que em todas as vezes que se refere novamente a Sodoma e Gomorra e as seus pecados (como em Ezequiel 16:49-50) não mencionaria nada referente à homossexualidade - e mesmo a única menção à questão da sexualidade nessas cidades (Judas 6-7), somente se condena a intenção de intercurso sexual entre seres humanos e anjos, conforme também se fez em Gênesis 6: 1-2,4.

o que a bíblia realmente diz sobre os homossexuais

O que a bíblia diz sobre a homossexualidade?
Há três passagens na bíblia que fazem referências aos atos homossexuais como ilícitos. As duas primeiras estão no velho testamento na parte das leis mosaicas (leis de Moisés), a torá . A terceira passagem está no novo testamento citada por Paulo através de rituais de orgia.
· “Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é toevah (também no grego bdelygma, ambos significam "impureza" ou "ofensa ritual")." Levitico 18:22
· "Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão "toevah". Levitico 20:13
· "...visto que, conhecendo a Deus, não lhe renderam nem a glória... pelo contrário... tornaram-se estultos... trocaram a glória do Deus incorruptível por imagens que representam o Deus corruptível, pássaros, quadrúpedes, répteis... por este motivo, Deus os entregou a paixões infames: as suas mulheres mudaram o uso physiken (natural, usual comum) em outro uso que é para physin (não natural, fora do comum, inusitado). Do mesmo modo também os homens, deixando o uso physiken da mulher, abrasaram-se em desejos, praticando uns com os outros o que é indecoroso e recebendo em si mesmos a paga que era devida ao seu desregramento". Aos romanos 1: 18-23
Porém há um texto que gera uma controvérsia entre os estudiosos da bíblia:
· "Não errais: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem malakoi, nem arsenokoitai... herdarão os reino de Deus" I coríntios 6: 9 – 10
As palavras gregas aqui em cima já foram traduzidas de diversos modos:
· Malakoi: significa literalmente “mole” ou “macio” e houve em outras versões bíblicas traduções como "depravados", "pervertidos", "efeminados", "efebos" e "meninos prostitutos”. Lembremos, porém, que durante a reforma protestante no séc. XVI e no catolicismo do século XX era traduzido como “masturbadores”. No entanto, o termo acima traduzido como “mole” e “macio” era um tipo de apelido para homossexuais e é a partir dessa última tradução que os religiosos acreditam que Deus condena a homossexualidade, pois para eles só um homossexual era “depravado” e “pervertido”.
· Mas ainda há uma contra-argumentação sobre a palavra “efeminado” .: Uma grande, e hoje crescente, parte dos estudiosos tem questionado essa interpretação, mostrando que a palavra malakoi, mesmo quando traduzida como "efeminado" jamais pode ser entendida como uma referência a homossexuais. O que muitos esquecem (propositalmente) é que a palavra “efeminado” nos tempos de Paulo não significa homossexuais. A palavra “efeminado” significava “mulherengo” o que de fato é coerente com outras passagens bíblicas que condenam os “promíscuos” e “devassos” como em Apocalipse 21:8 e 22:15. Os estudiosos ainda lembram que a palavra “efeminado” só passou a ser relacionada a “homossexuais” na modernidade. Seria por tanto um erro enorme e descabido traduzir dessa maneira (já que pertencem a tempos distintos e distantes). Para comprovar tal entendimento, estudiosos acrescentam que nunca, em nenhum texto, a palavra Malakoi significou “homossexual” ou algo semelhante.
· Arsenokoitai: Em relação a essa palavra a controvérsia é ainda maior, uma vez que ela, em um intervalo de três séculos, somente aparece em dois escritos de Paulo e em mais nenhuma outra literatura na história. E em ambos dois casos a palavra se encontra dentro de uma lista, de modo a seu significado não poder ser alcançado a partir de um contexto - fica impossível determinar seu significado literal. Há, portanto, um consenso de que essa palavra foi uma junção feita por Paulo onde juntado as palavras arsen, que significa "homem" e koiten, que significa "cama". Vale notar que para alguns religiosos - como os tradutores da NVI e da Bíblia da Linguagem de Hoje - tal dado já seria suficiente para levá-los a crer que tal palavra se referiria, sim, à "homossexual", uma vez que o pecado que um homem pode fazer na cama seria, em seus pontos de vistas, quase certamente, um ato homossexual. Tal entendimento - acusado de simplista e homofóbico pelos liberais - com efeito, não pareceu não dar conta de desvendar a palavra em questão para a maioria dos exegetas e acadêmicos. Diante da impossibilidade de encontrar o significado literal da palavra arsenokoitai vários estudos acadêmicos foram feitos ao decorrer do Séc. XX no intuito de compreender de fato o termo e evitar sua tradução de modo precipitado e controverso. É, então, que pelo método histórico-crítico ( que estuda a palavra no seu tempo histórico e de um modo a não colocar a sua opinião) pôde-se, enfim, compreender o que tem sido amplamente aceito como o mais provável sentido do neologismo paulino. Arsenokoitai remete ao conceito de prostituição cultual muitíssimo comum no Antigo Testamento, quando meninos eram vendidos como kadeshim, ou "prostitutos cultuais", para os templos pagãos (como o de Baal) ou mesmo homens livres se faziam sacerdotes sexuais para se dedicarem a esses templos de freqüente idolatria orgiástica. A exatidão dessa teoria se prova uma vez que as escruituras sagradas que Paulo lia na época (SEPTUAGINTA) usa os mesmos termos que está em levítico 18:22: Como homem (arsenos), não te deitarás (koiten), como mulher...(Kai meta arsenos ou koimethese koiten...) e o texto se finaliza afirmando que tal ato seria toevah (ato impuro). É assim facilmente comprovado que tanto em levitico como em Paulo são os os prostitutos cultuais que não herdarão o reino dos céus. O que provamos no inicio de Levitico quando Moisés diz que as proibições do livro são para as práticas que os egípcios faziam, ou seja, de cunho pagão.
· Vários outros textos como Deuteronômio 12:30, I Reis 14:23, Deuteronômio 23:4, 1 Reis 15:12-13, Deuteronômio 23:17, I Reis 22:46 e II Reis 23:7 fazem comprovar que Paulo, em Coríntios, em vez de falar de homossexuais, apenas repete o claro mandamento bíblico de condenação aos prostitutos cultuais.
· Por tanto concluímos: Devido a esses fortes argumentos, muitas igrejas cristãs históricas, e mesmo muitos setores da Igreja Romana têm em definitivo desconsiderado esta passagem de Coríntios, e mesmo a de Romanos, como referentes à homossexualidade. Entendem que os textos condenam somente o sexo idolátrico, lascivo e promíscuo (entre pessoas do mesmo sexo ou não). Essa interpretação é ratificada por importantes círculos acadêmicos, especialmente na Europa e Canadá e mesmo nos EUA, nos seus setores mais liberais. Na América Latina, em especial no Brasil, somente a Igreja Evangéica de Confissão Luterana e a Igreja Anglicana parecem adotar posicionamentos similares. A Nova Bíblia Anotada Oxford, considerada uma das mais relevantes academicamente do mundo, traz notas que validam a não condenação dessas passagens aos homossexuais, também a Bíblia de Jerusalém, umas das traduções mais respeitadas no mundo teológico, não aceita a tradução desses textos como sendo referentes aos homossexuais. No entanto, alguns religiosos levantam fortes críticas a essa teologia - também chamada de Teologia Inclusiva - acusando-a de excessivamente liberal. Afirmam que, mesmo que em se tratando de prostituição idólatra, as condenações de Paulo também incluiriam os homossexuais de nosso tempo pois estes, ao adotarem o estilo de vida gay, estariam optanto por uma prática sexual caída, anti-natural e aversa aos valores dividos e, por isso, recairiam da mesma forma em uma forma também de paganismo idólatra.